Após quase dois anos sem voar, começo agora planejar mais alguns desafios em minha vida. Desafios que me fazem ter disciplina e administrar todos os meus objetivos pessoais, profissionais, conciliando todas as minhas vontades durante a vida.
Vida qual o vôo livre não poderia ficar fora dela.
E partir de hoje gostaria a poder dividir um pouco desta historia com todos os meus amigos e aqueles, apaixonados pelo vôo de asa delta.
O resumo da minha historia com a asa delta ate agora foi assim.
A primeira vez que vi uma asa delta no céu foi amor à primeira vista, acredito que eu tinha uns 7 anos de idade. Foi na casa de um amigo do meu pai que tinha uma casa no condomínio retiro do chalé na Serra da Moeda a 35Km de Belo Horizonte. E sempre que íamos ate lá eu não tirava os olhos do céu. Era encantador via ali os meus super-heróis.. coisa de criança.. Mais agora também posso dizer que naquele tempo os voadores eram mesmo super-heróis. Afinal muitos eram aventureiros, para chegar ate o pouso era um desafio, vi varias asas sendo retiradas de cima das arvores, achava aquilo normal. Mas aos poucos vim a entender as dificuldades que aqueles pilotos tinham para vencer aquele desafio.
Em 1994 tive um dos maiores prazeres da minha vida em um dia maravilhoso, fui ate a rampa de decolagem da serra da moeda e chegando ate lá fiquei ainda mais encantado. Tinha cerca de umas 15 asas montadas; muito colorido e um clima de pura amizade entre amigos. Naquele dia fiquei sabendo que um voador local Marcelo Rubiole fazia vôo duplo, fui ate ele para saber como agendar um vôo. ‘’ e o cara falou ‘’esta agendado e é agora que vamos... Respirei um pouco e após um ufaaaa .... falei: Vamos.
Decolamos no desnível onde o vento era predominante lado do moedinha ( nome dado a decolagem virada para a BR desnível de 180mts ). Aquele dia com certeza nunca vou esquecer.
Já na decolagem pi.pi.pi.pipipipipiipipiipippipi era a primeira térmica e fomos para 800mts acima da rampa, voamos cerca de uma hora .. só consegui falar alguma coisa quando pousamos, tive a certeza que o vôo faria parte de toda a minha vida.
Meu conselho para você que gosta do esporte e que tem duvidas se quer aprender a voar faça um vôo duplo. Poderá com este tirar todas as suas duvidas.
Depois do primeiro vôo passei a acompanhar mais de perto tudo que acontecia no meio do vôo livre. Porem alguns contratempos me fizeram dedicar a outro esporte o Windsurf. Já em 1999 tive oportunidade em trabalhar na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro e ali não teve mais jeito. Todos os dias eu passava pela manhã, e no final de tarde em frente à rampa de São Conrado, não sei como eu não batia o carro, era só sair do túnel da Rocinha ou da Barra que meu olhar era desviado para o céu. Foi quase um ano assim, em 2000 fui informado que meu contrato havia encerrado e que em um mês deveria voltar a Belo Horizonte. Não pensei muito procurei a escolinha da Barra Funda e ali comecei no primeiro dia minhas primeiras corridas no plano. Ricardinho e Cláudio eram meus professores. Sem esquecer do ZEN, somente com a ajuda dele pude em 15 aulas fazer meu primeiro vôo em São Conrado. Fechei um acordo com o ZEN, e ele me acompanhava de 7hs da manhã ate as 18hs dava para fazer mais de 30 decolagem por dia 5, 10, 15. 20, 25, e 30 mts em 10 aulas eu já estava lá no topo do desnível da rampa da escolinha.
E agora dependia apenas de mim, colocar todos os esforços, dedicação e aprendizado repassado por meus instrutores a prova. Fiz tudo consciente e já no primeiro vôo do dia, só alegria decolagem perfeita e pouso na estradinha. Ainda neste dia mais duas decolagens. Nas duas aulas seguintes somei mais 5 decolagens do morrote onde experimentei um pouso no charque foi dureza afundei ate o peito .......mais uma vez estava lá o guerreiro ZEN e assim saí daquele brejo. Um tênis a menos mas com um alegria enorme.. que quem tem o privilegio de voar sabe muito bem o que estou dizendo, principalmente se tratando dos primeiros vôos .
Na décima - quinta aula dia 15/06/2000, o Ricardinho agendou comigo para estar na rampa a 6:30, mas agora em São Conrado, por incrível que pareça 15/06 era a data de meu aniversario...que presente!!!! Na noite da véspera eu fui durante a noite ate a rampa e foi um momento único, agradeci por tudo em um momento de puro silencio, o céu estava estrelado e a visão da rampa era encantadora. Brindei ali com a brisa, o céu, as estrela, ao mar o ar, as árvores aquele momento tão esperado. Saberia que na manhã seguinte o sol estaria ali, pediria licença as estrelas para brilhar ainda mais, e junto com todos os demais amigos que brindei e que estariam ali comigo para realização de um sonho, um conquista permitida pela vida.
Por volta das 7hs minha asa estava montada recebi mais algumas orientações e agora estava eu comigo... Um silencio .... sentia meu coração batendo e a leve brisa me confortava.... meus pés saíram do chão meu corpo levitava, sentia que estava sendo guiado por uma força inexplicável.
Voei direto para a praia meu limite era lá. Chequei muito alto lembro que tive que fazer umas 10 curvas para fazer a aproximação. Desconcentrei-me um pouco e não atentei em preocupar com a minha amiga brisa que sempre esteve comigo e não olhei a biruta, quando pude perceber quase não deu para fazer a ultima curva, só me lembro de passar com a borda da minha asa raspando entre um quiosque e uma bitura.Tentei corrigir a falta de atenção, quando vi que a biruta estava contra e eu estava indo para o pouso de cauda...... pousei de cara na areia de frente para o mar.
Que susto!!!!
Tive a primeira barra amassada. Ali naquele momento aprendi mais uma lição dada por um cara diferente e que não tinha pinta de voador ``engano meu em julgar as pessoas sem conhecer seu interior ’’. Ele veio me deu um tapinha nas minhas costas pegou minha asa levou para o calçadão e conversando, desamassou as barras do trapézio me informou quanto ao pouso, me alertou de todos os erros cometidos. E me fortaleceu a teoria que no pouso e na decolagem precisamos ter total concentração. Mas não muito diferente durante o vôo. ( Valeu Alpine )
Me lembro de ter feito mais 4 decolagens e agora com maior atenção ao vôo e aos tópicos apontados.
Meu começo na asa foi mais ou menos assim
Tudo foi muito rápido porém em momento algum forcei a barra para quebrar o processo de evolução. Que ainda nem começou.
E após ter ficado um grande período sem voar, agora retorno para gradualmente tentar conseguir, voando livre conseguir almejar outros objetivos que estarei dividindo com meus amigos.
Agora é só questão de alguns dias,,,,,, e vamos voar...